Ontem assistimos a um documentário que fala sobre o jornal O Pasquim.Além de o jornal ser fodásticamente divertido, tinha uma criatividade absurda que mudou a maneira séria de fazer jornalismo no Brasil. A época de chumbo precisava de um fôlego novo e o semanário trouxe humor, ironia e críticas com arte para nosso país.
Pois bem, eu e minhas minhocas sentimos que a maioria dos professores do nosso curso nos moldam para seguir o caminho do medíocre nojornalismo, podando nossa criatividade e nos enfiando na cabeça a Pirâmide Invertida. Nossos textos devem ser claros, objetivos e sem muita criatividade, pois praticamente tudo o que escrevermos será cortado em prol da publicidade que paga o salário de todos os jornalistas. Inovar? Pra que? Os impressos têm que ter todos a mesma cara, cor, fonte, jeito... A TV tem que ser o modelinho de Jornal Nacional, o rádio é o único que ainda da pra “brincar” um pouco, mas sempre seguindo os padrões.
O jornal laboratório da universidade, que deveria ser um produto feito pelos estudantes, onde os professores deveriam apenas orientar, é um jornal onde tudo o que queremos fazer como pauta não pode, não da, é trabalhoso, não fica bom... Se queremos mudar o layout do jornal para deixar mais atrativo, também não podemos pois "já é assim, deixa assim mesmo". Inserir uma veia crítica com humor e ironia, rá, nem em sonho! O pior é que além de os professores não incentivarem o exercício do jornalismo como formadores de opinião, os alunos acham que assim ta bom, pois fazer algo muito elaborado, diferente ou intrigante, da trabalho e é mais fácil seguir o lead e as teorias de bláblábláwhiskassachê... Começo a concordar que jornalista não precisa mesmo de formação acadêmica, já que a mesma só serve para profissionalizar um padrão controlado.
Não sei por que muitos jornalistas de sentiram ofendidos ou inferiorizados quando o Gilmar Mendes fez o comparativo com cozinheiros. Ao menos aos cozinheiros fazer da profissão uma arte é um mérito reconhecido, já aos jornalistas...
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