quarta-feira, 10 de março de 2010

Pirâmide invertida.

A universidade deveria ser a extensão da escola onde somos maduros para formar opinião, discutir e argumentar diversos assuntos, expandir nossas mentes e abusar do nosso lado criativo... Pois bem, não sei seem outras instituições de ensino e outros cursos de jornalismo isso acontece, no que eu estudo não.

Ontem assistimos a um documentário que fala sobre o jornal O Pasquim.Além de o jornal ser fodásticamente divertido, tinha uma criatividade absurda que mudou a maneira séria de fazer jornalismo no Brasil. A época de chumbo precisava de um fôlego novo e o semanário trouxe humor, ironia e críticas com arte para nosso país.

Pois bem, eu e minhas minhocas sentimos que a maioria dos professores do nosso curso nos moldam para seguir o caminho do medíocre nojornalismo, podando nossa criatividade e nos enfiando na cabeça a Pirâmide Invertida. Nossos textos devem ser claros, objetivos e sem muita criatividade, pois praticamente tudo o que escrevermos será cortado em prol da publicidade que paga o salário de todos os jornalistas. Inovar? Pra que? Os impressos têm que ter todos a mesma cara, cor, fonte, jeito... A TV tem que ser o modelinho de Jornal Nacional, o rádio é o único que ainda da pra “brincar” um pouco, mas sempre seguindo os padrões.

O jornal laboratório da universidade, que deveria ser um produto feito pelos estudantes, onde os professores deveriam apenas orientar, é um jornal onde tudo o que queremos fazer como pauta não pode, não da, é trabalhoso, não fica bom... Se queremos mudar o layout do jornal para deixar mais atrativo, também não podemos pois "já é assim, deixa assim mesmo". Inserir uma veia crítica com humor e ironia, rá, nem em sonho! O pior é que além de os professores não incentivarem o exercício do jornalismo como formadores de opinião, os alunos acham que assim ta bom, pois fazer algo muito elaborado, diferente ou intrigante, da trabalho e é mais fácil seguir o lead e as teorias de bláblábláwhiskassachê... Começo a concordar que jornalista não precisa mesmo de formação acadêmica, já que a mesma só serve para profissionalizar um padrão controlado.


Não sei por que muitos jornalistas de sentiram ofendidos ou inferiorizados quando o Gilmar Mendes fez o comparativo com cozinheiros. Ao menos aos cozinheiros fazer da profissão uma arte é um mérito reconhecido, já aos jornalistas...




"We don't need no education
We don't need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teachers! Leave them kids alone!
All in all it's just another brick in the wall.
All in all you're just another brick in the wall."

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